segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A História de Jack

Não sei ao certo como fazer isso, mas fui incubido de contar a história e as aventuras daquele que é uma das criaturas mais carismáticas e amáveis a caminhar ( e se esfregar) sobre a Terra. Fui o escolhido para tecer algumas palavras sobre Jack Sparrow, aquele que conquistou o coração de (quase) todos que tiveram a sorte de conhece-lo.

Era uma noite tranqüila, por volta de dez ou onze da noite, estávamos na casa do Fernando e quando, da sacada no 2º piso da casa aonde eu saíra pra fumar um cigarro, olhei para baixo, notei aquele pequeno gatinho preto que deveria ter por volta de 4 meses, se esfregando em objetos como carros e casas e dando voltas em torno de si mesmo (característica que tornou-se sua marca registrada e que dizemos que ele faz quando está "pedindo amor"). Chamei a Faby para ver, e com isso todos que estavam na situação vieram também. - "Ah, esse gato ta aí desde cedo!" - disse Fernando, num tom "eu odeio gatos", que comummente ele expressa. Descemos todos para ver o gatinho e, para nossa surpresa, o coitado estava com um dos olhos muito machucado, provavelmente, vítima de algum bastardo exibido que lhe jogou uma pedra. Após algumas carícias no bichano, o deixamos de lado, porém o colocamos em segurança do lado de dentro do portão de uma casa e voltamos ao que estávamos fazendo. Pouco tempo depois, ficamos sabendo que alguém (não lembro quem), ao fechar a porta do carro, a fechou com um rabo preto entre ela, e um miado de dor se ouviu. Era o gato de novo, e desta vez, com muita pena da situação no qual o bichinho se encontrava, resolvemos adotá-lo e levá-lo para nossa casa de vez. Acredito que, de uma maneira sutil mas profunda, nossas vidas foram afetadas por essa decisão.



" Temos que dar um nome para ele" - era a dúvida seguinte. - "Ele não tem um olho, parece um pirata!" - disse eu rindo. -"Vai ser Jack Sparrow! Capitão Jack Sparrow!" -gritou Faby, fã ardorosa do personagem da franquia de cinema "Piratas do Caribe". Assim então, começaram as lendárias aventuras do Capitão Jack Sparrow, um gato como jamais se verá novamente!



Com o passar do tempo, Jack foi nos mostrando as peculiaridades de sua personalidade forte, amorosa e extremamente cativante. Jack não mia como um gato comum, seu miado soa como se um gato estivesse a quilômetros de distância, mas quando olhamos pra baixo, ali está Jack, se esfregando em nossas pernas e "pedindo amor". Seu olho nunca melhorou e consequentemente, Jack ficou parcialmente cego, mas isso nunca o impediu de ser o melhor caçador que já testemunhei. Cobras cegas, ratos, esponjas, pássaros, tudo que não for muito grande, era uma presa em potencial para ele, que faz questão de mostrar-nos suas conquistas. Seguidamente, ouvímos o Sr Sparrow nos "chamando", e digo que ele realmente nos chama porque ele vem à nossa volta, mia e volta em direção de sua caça para, orgulhoso, nos agraciar com seu deleite sádico porém, de certo modo, inocente, que é a sua brincadeira (ou tortura, dependendo do ponto de vista) com sua vítima. Os outros gatos da casa, ficam na volta, com seus corpos gordos e preguiçosos e seus olhares invejosos na direção de irmão felino que se refestela todo feliz.



O ponto mais alto das caçadas de Jack foram as esponjas e os panos de limpesa! Em um belo dia, ao acordar, nos deparamos com uma esponja ainda encharcada no meio da sala. Surpresos, fomos verificar de onde teria vindo tal objeto e nada descobrimos. Não era nossa, não era da vizinha da frente ( nossa casa era nos fundos, na ocasião), parecia ter aparecido por milagre em nossa casa. Mas eis que Jack começou a miar e nos "chamar" assim como faz quando traz uma caça para casa e começou a brincar com a esponja como brincava com suas presas! E este fato não foi isolado! Ele se repetiu, e em alguns casos com esponjas, outros com paninhos de limpeza ou até memo sementes de manga. Parecia até que era um aviso a nós de que a pilha de louça já estava grande por demais. Jack é especial, ele nos deixa orgulhosos de cada maneira inusitada...



Outra característica marcante de Jack, é sua rebeldia. Apesar de muito amoroso, ele não se contenta em ficar apenas no aconchego de seu lar. Jack sai, e vai longe, seja para caçar ou para encontrar um bom lugarnpara dormir longe de seus irmãos felinos chatos, ele costuma desaparecer por horas a fio, sem dar notícias, atéque retorna para nós, pedindo muito amor (na verdade, nesses casos, ele pede é comida, mas o que vale é a intenção). Eu costumava brincar que ele estava se mudando para a vizinha, e que lá ninguém incomodava ele, que ele ia fazer sua trouxinha com suas coisas e ir embora para a casa dela de vez.



Jackão da Montanha (outro nome pelo qual Jack ficou conhecido) também tem uma grande amizade com Alarico do Banhado, nosso gato mais obeso. Os dois costumam dormir juntos em cima da cama, e subsequentemente, começam a se lamber e depois brigar, o que quase sempre acaba com Jack com chumaços brancos de pêlos na boca e nas garras. Ele também não pode ver algo se mover por baixo de um cobertor que o ataque proviniente é fulminante, mesmo que o "ser" seja um pé ou uma mão que se mova durante o nosso sono. Quando eu o espreguiço (sim, eu faço isso com meus gatosusando uma técnica que eu desenvolvi erguendo suas patas prar cima), Jackão recolhe e cruza suas patas dianteiras, o que, junto do fato de suas presas serem enormes, o faz parecer um morcego em repouso. Um dos lugares preferidos de Jack pedir amor, era a bolsa do curso do Projovem, que ficava em cima de uma estante de revistas próxima à entrada do banheiro. Lá ele se esfregava tanto que chegava ao ponto de derrubar os objetos que ali estavam.



Este é o Jack, sempre dando um jeito de nos alegrar e sorrir, mesmo quando apronta algumas de suas peripécias mais polêmicas, como levar um João-de-barro vivo pra dentro de casa e, quando Faby o fez soltar o passarinho para que fugisse para a vida, Jack teve o trtabalho de ir buscá-lo novamente para nos mostrar novamente o que havia trazido para casa. Mas, no geral, Jack é exemplar em todos os sentidos, é educado, não rouba nem e nem ao menos come coisas que lhe são estranhas, coo carne crua que esteja por cima da mesa ou pia. Raras vezes ele precisou ser disciplinado por alguma coisa que havia feito.



Então veio o dia, o dia emque a tristeza se abateu profundamente sobre nossas vida. Havíamos nos mudado à algumas semanas, para uma casa não muito longe da outra em que morávamos. Jack começou a ter sintomas de doença, com vômitos constantes e indisposição. No começo não demos muita bola, mas quando ele começou a não comer nem beber nada, ficamos preocupados, mas ainda sim, não fizemos nada, sempre ocupados em nossos afazeres mesquinhos, não reparamos que Jack estava cada vez mais à nossa voltapedindo um pouquinho de atenção. Talvez ele quisesse nos avisar de algo, mas o deixamos de lado, simplesmente não lhe demos a atenção necessária por acharmos que não havia de ser nada demais. No dia seguinte, Jack não amanheceu em casa. Chamamos por ele e nada, mas até ai, isso não era incomum. Só que o tempo foi passando e passando e nada do gato aparece. Pensamos o pior, que ele havia saido para morrer, como é comum entre os gatos, mas não tinhamos ainda perdido as esperanças. "Quem sabe ele não fez a trouxinha dele e foi morar la na nossa antiga casa", disse eu pra Faby, que não achou que fosse o caso. Mas insisti, até que resolvemos ir lá conferir. Eis que, para a surpresa e alegria de todos, lá estava Jack Sparrow, que ao ouvir ser chamado, veio rapidamente pelo telhado ao encontro de Faby, se esfregando e pedindo muito, mas muito amor! Desde então, Jackão tem permanecido preso em casa durante as noites, pois sempre que lhe é possível, ele retorna para sua casa preferida e lá temos nós de ir para buscá-lo a cada vez. Essa é a história até aqui. Com certeza, Capitão Jack Sparrow ainda nos proporcionará muitas aventuras no decorrer de sua jovem vida. Os sete mares, telhados, montanhas e o que mais vier pela frente ( e nós, com certeza), nunca o iremos esquecer enquanto vivermos.



E aqui algumas das melhores fotos de Jackão!!!


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Entrevista com o Vampiro

 Este texto contém spoilers


Hoje venho falar de um filme já antiguinho, que provavelmente vocês já assistiram, e irei compará - lo com o livro homonimo de Anne Rice.
Anne Rice é uma das melhores escritoras do gênero vampiresco. Escreveu a série "Crônicas Vampirescas", do qual Entrevista com o Vampiro é o 1º dos 10 volumes., escreveu também Novos Contos de Vampiros com  3 livros e a série As Bruxas Mayfair em 3 volumes.
Após a morte de seu esposo, e também escritor, Stan Rice, Anne decidiu abandonar os vampiros e se dedicar a outros genêros literários.
Escrito em 1976, Entrevista com o Vampiro foi seu livro de maior sucesso, sendo adaptado para o cinema em 1994. Anne Rice acompanhou de perto a produção do filme, dando consultoria ao roteirista. Talvez seja por isso que o filme  foi muito bem adaptado.
Dirigido por Neil Jordan, o filme conta em seu elenco com Brad Pitt no papel  principal de Louis, Ton Cruise como Lestat, Kirsten Dunst como Cláudia e Antonio Banderas como Armand.
A história começa com Louis contando a um repórter suas experiências como vampiro em seus 200 anos de morte humana. Como  cenário o filme tem as plantações e escravidão do século XVIII nos EUA , passando pela decadente Paris do século XIX, até os dias atuais.
Louis narra ao repórter sua vida ao lado de seu criador Lestat, como encontrou e transformou a doce Cláudia em um ser amaldiçoado como ele, e o seu encontro com Armand e os outros vampiros.
Já tinha assistido o filme umas 3 ou 4 vezes, quando ganhei o livro. Após desfrutar de toda história contida naquelas páginas, resolvi assistir ao filme novamente (pra minha sorte meu namorado gosta tanto quanto eu do filme), e fiz a comparação.
E eis, para vocês caros leitores do Balaio, algumas divergências que encontrei:
  • Logo no início do filme, Louis conta ao repórter que perdeu sua mulher e seu filho, fazendo-o procurar a morte para aplacar a sua dor, já no livro quem vem a óbito é seu irmão caçula, morte pela qual ele foi acusado injustamente.
  • No filme não existe a personagem de Babette, assim como o pai de Lestat.
  • Outra modificação feita foi no final da história. O filme acaba com o repórter na estrada escutando as fitas de sua entrevista, quando Lestat pula pra dentro de seu carro e o morde. Já no livro o rapaz impressionado com a história contada por Louis, pede para que este o torne vampiro também, Louis para assustá-lo o morde e o deixa só, quando o rapaz acorda volta as gravações até onde o vampiro disse ter visto pela última vez Lestat.
Em minha opinião, "Entrevista com o Vampiro", ao lado de "Drácula"(Francis Ford Copola) é um dos melhores filmes de vampiro que existe.Sei que a autora tomou a liberdade de fazer algumas modificações na mitologia vampírica, mas algumas coisas ela preservou, como o fato dos vampiros ficarem fracos e morrerem se expostos ao sol (e não apenas "brilharem"). Em seu livro, Anne enfatisa bem o lado das lendas em que os vampiros seduzem suas vítimas, fazendo-as sentirem prazer.
Apesar das modificações feitas no filme, estas não interfiriram negativamente no enredo. Na minha opinião é uma das melhores adaptações que já fizeram. Aliás, deve ser muito dificil adaptar um livro para a sétima arte, pois há uma gama de filmes mal feitos, que simplesmente possuem muito pouco, ou nada, da história original, já vi filmes que só possuiam o nome em comum.
Mas então é isso, vale a pena conferir tanto o livro quanto o filme, pois os dois são muito bons.








Anne Rice

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

RED - APOSENTADOS E PERIGOSOS: O Gibi VS o Filme

Esta é a minha estréia aqui no blog, e decidi começar com a comparação desta criação original de Warren Ellis (o gibi).
Meu primeiro contato com a obra foi a HQ, que foi lançada pela Panini logo que o filme foi anunciado nos cinemas brasileiros. A hq saiu com um formato simples, mas de boa qualidade, o conteúdo da história não é muito extenso, mas nem por isso, raso e o preço da edição brasileira é bem acessível. Ponto para a Panini. Só o que ficou meio estranho, foi a opção de dar à hq o nome dado no Brasil ao filme, "aposentadoS e perigosoS", que só faz algum sentido na versão para as telonas.
A história da hq não é original, nem um pouco, pra dizer a verdade, e certamente seria apenas mais uma historiazinha de "agente secreto querendo vingança" nas mãos de outro que não fosse Warren Ellis (sou fã nº 1 do cara desde Planetary, só pra citar um). Ellis cria um conto de ultraviolência raivosa que, se ponderada mais profundamente, qualquer um chegaria a conclusão de que seu autor é insano. Não pela violência em si, que é tão comum hoje em dia, mas sim no contexto no qual ela é aplicada na história, de maneira muito criativa e que nos deixa com uma vontade de "encher de porrada" os causadores dos problemas do pobre Paul Moses.
É uma hq muito boa, certamente não é a obra prima de Ellis, mas que com certeza vale a pena perder os minutos que se leva para ler todo o gibi. Dou uma nota 7, de 0 a 10.






E tem o filme...
A adaptação, eu pude assistir algum tempo depois, cheio de expectativas, pois a hq havia sido ótima e eu estava "cego" a respeito do filme, por não ter lido nada a respeito dele por ai.
O negócio do filme é o seguinte: se você gostou da hq por causa da insanidade e da violência, não chegue perto do filme! Ele não só não segue o roteiro original, como muda, e muito, a essência do conteúdo todo! Não há apenas um personagem principal, há pencas deles, daí o nome "aposentadoS e perigosoS".
Os criadores do filme certamente tinham idéias próprias ao adaptar RED, tão próprias que m al se reconhece a história. O teor (e a censura) da película é para todas as idades, perfeito pras "sessões da tarde" da vida. Há humor bobo, não há sequer sangue e apesar de ter grandes nomes no elenco, as atuações são quasebeirando ao ridículo (não entendo o por que do John Malkovitch ter aceitado este papel).
Enfim, o filme pode até ser bem visto para os desavisados que não imaginam que foi baseado numa hq e que seja tão diferente do original, e também para quem gosta de filmes com ação, humor e aventura genérico ( não que eu mesmo não goste, mas tenho um gosto mais "específico"). Mas eu fico é com a hq (e aposto que Warren Ellis deve ter assistido ao filme tão bebado que deve ter gostado)!
Ponto alto do filme: Hellen Mirren como "Victoria", lembra muito a personagem "THE BOSS", do game METAL GEAR SOLID 3 - SNAKE EATER, para Playstation 2. me faz pensar em como seria uma adaptação desta obra-prima dos videogames com ela no papel...
Minha nota para o filme: 02.





É isso!
Até a próxima!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Jonah Hex: Filme x Gibi

   Sei que faz tempo que não venho aqui postar, mas  é que estava envolvida com minha mudança de casa, depois foi a vez do Jack que resolveu dar problemas por culpa da mudança (mas isso é matéria pra um outro post).
   Hoje venho falar sobre gibis e suas adaptações para o cinema.
   Tenho lido alguns gibis ultimamente, ja que meu tempo anda meio curto e as hqs são mais rápidas de serem lidas.
   Dia desses assisti o filme "Jonah Hex - O caçador de recompensas". Vi o filme antes de ler a hq, achei o filme "legalzinho", um  filme de faroeste razoável, levando-se em conta que não conhecia muito sobre o personagem. Alguns dias depois, após encontrar e adquirir o encadernado da PANINI, finalmente pude ler.
   Após a leitura pude ver que o filme é bem "fraquinho" mesmo, deram uns poderes que o personagem não tem, e quase nem tem violência (marca registrada do personagem) devido a censura.
   Acabei decindo ler mais coisas do Jonah Hex, achei no meio da coleção de hqs do meu namorado uma história publicada na antiga VERTIGO, da editora ABRIL.
  A história da VERTIGO foi publicada nas edições 10 e 11, tem um tom de sobrenatural, com um humor negro e muito mais violência do que a da PANINI, que são típicas histórias de faroeste, realistas e diretas. Gostei de ambas, que na minha opinião são bem melhores que o filme.
  Agora é só esperar pelo volume 3, que daqui a uns dias está nas bancas.

  Até mais.