John Constantine estrela esta Graphic Novel que tem um conceito bem interessante: um “Reality Show” e, por mais estranhezas que isto possa causar em todo mundo, é certo que uma premissa dessas atrai nosso interesse, ainda mais em se tratando de uma história de John Constantine!
Tudo começa quando o produtor de um reality show chamado “Passagens Sombrias”, onde os participantes são confinados numa casa supostamente mal-assombrada e devem encontrar uma sala secreta com o prêmio, contata Constantine para investigar a casa, pois os “sustos” nos participantes começaram a sair do controle da produção, como se a casa estivesse viva. O mago canastrão logicamente tem uma opinião bem peculiar sobre essa coisa toda de reality shows, mas resolve aceitar o convite do produtor (que se torna bem persuasivo com um maço bem gordo de notas...). A partir daí, as coisas começam a enlouquecer e nada, nada mesmo, é o que parece nessa história, cheia de reviravoltas e cenas inusitadas, como sempre, com um toque de humor negro.
Concebida pelo escritor de livros de ficção policial Ian Rankin, a história é boa, mas tinha tudo para ser muito melhor! O roteirista não soube aproveitar muito bem as possibilidades que a trama poderia apresentar e, apesar de parecer bem imprevisível, o desenrolar acaba decepcionando um pouco os leitores mais antigos de Hellblazer, por cair em lugares-conforto já muitas e muitas vezes utilizados pelos roteiristas. Mesmo assim, a leitura é gostosa e não chega a ser cansativa, mesmo sem um “fim do capítulo 1” , já que a edição é originalmente uma só, como saiu por aqui também.
Os desenhos, ficaram a cargo de Werther Dell’Edera e, sinceramente, não são bons. O fato de a publicção ser em preto e branco também não ajuda. Sua arte é simplória demais e muitas vezes, confundem-se os personagens, por serem parecidos uns com os outros. Não chega a ser ruim demais a ponto de prejudicar a história, mas com certeza, um desenhista melhor ajudaria a edição a ficar mais interessante.
Quanto à publicação, esta causou certa polêmica, por conta de seu formato “paraguaio”, adotado tanto na edição americana original, quanto na nacional, publicada pela Panini. O tal formato nada mais é do que um “formatinho” um pouco maior! Dadas as circunstâncias, como o fato de ser em preto e branco e o desenhista ser meia-boca, a escolha por este formato acabou sendo a mais acertada.
Não se trata de uma leitura essencial para a vida de qualquer pessoa, mas também não é a pior coisa que já apareceu por aí de Hellblazer, ou seja, é uma história que para sempre vai ser lembrada como “a história legalzinha, mas que podia ser melhor”.