Com a chegada do filme do Deus do trovão, não faltam lançamentos com a cara de Thor estampada por ai em todo tipo de mídia, e aproveitando isso, aqui estão meus comentários sobre alguns desses lançamentos que pude conferir, recentemente. Só acabou faltando falar algo sobre o filme propriamente dito, mas é por que, até a data deste post, eu ainda não tinha tido a chance de vê-lo.
THOR – O FILHO DE ASGARD (Thor – Tales of Asgard) (Animação longa metragem)
Esta animação do Thor me apareceu de surpresa, nunca tinha ouvido falar dela, não sabia se era uma série ou um longa, até praticamente quando me surgiu a oportunidade de assisti-la. Como fã invertebrado (é, eu esqueci qual era a palavra que era pra usar) que sou do Deus do Trovão e sua patota asgardiana, já fui criando grandes expectativas quanto a esse desenho.
Primeiramente, falemos dos “gráficos” ou “estilo” dos desenhos: São uma bosta! São frutos dessa mania que os americanos tem de, em certo momento na carreira de qualquer personagem, infantilizar seus traços, para “atrair” novos leitores ou telespectadores, ou o que quer que seja. Acho isso uma puta senvergonhisse que em nada contribui para a popularidade de um personagem já muito bem conhecido e estabelecido no mercado hà anos como O PoderosoThor. Fazer do filho de Odin um pré-adolescente rebelde que em nada nos faz lembrar palavras como “Deus” e “Trovão” é simplesmente ridículo! E pra piorar, os Três Guerreiros, que também são adolescentes (só que com barba), parecem crianças com o rosto pintado com caneta em festa junina. Entendam, nada contra mostrar fatos da infância dos personagens, mas se for pra fazer, façam direito, pô!!
Quanto à história...
Logo que fiquei sabendo desse desenho, pensei ser uma adaptação da HQ “Thor – O Filho de Asgard” (Thor – Son of Asgard), que foi publicado aqui no Brasil em formatinho na Coleção Poket, pela Panini. Mas não se trata disso, não tem nada a ver, a não ser o nome
em português. O enredo do filme se prende bem mais à ação e a aventura do que à fidelidade em geral, seja à mitologia nórdica ou mesmo aos quadrinhos do Thor na Marvel. Na trama, não são mencionados fatos que deveriam ser de importância, como Loki não ser filho de Odin, ou sua relação com Fenris, o lobo. Também é estranho o modo como as Valkyrias são mostradas, como um grupo femista radical de lésbicas castradoras de machos. Mas, se deixarmos essas “pequenas coisinhas insignificantes” de lado, o que sobra é uma aventura boa para se ver numa sessão da tarde com bastante pipoca. Recomendado para quem gosta do personagem, mas não é muito fanático pela cronologia nas Hqs ou na mitologia.
Loki (Hq) vs. Thor & Loki – Blood Brothers (Animação)
Antes de mais nada, apesar do nome ser diferente, tanto a Hq quanto a animação são baseadas na mesma coisa.
A HQ Loki, foi lançada lá por 2004 aqui no Brasil, pela Panini em forma de mini-série em 2 edições (depois saiu uma versão encadernada com capa dura). Os roteiros foram feitos por Robert Rodi e a arte por Esad Ribic. Esta Hq, é simplesmente uma das melhores coisas do Thor lançadas em muitos anos, tanto no texto, que é fiel à cronologia e à mitologia e trata de maneira muito séria o tema, quanto na arte, do então novato Esad Ribic, com sua arte pintada fenomenal.
A história é no mínimo interessante e narra, de maneira peculiar, o que aconteceria se Loki Laufeyson, o Deus das trapaças e das artimanhas, tomasse Asgard e derrotasse e aprisionasse Thor, o Deus do trovão e seu irmão de criação. Até ai, tudo bem. Acontece que Loki começa a perceber a dificuldade (e a chatice) de se governar um reino soberrano como Asgard e a pressão dos aliados que fez para que mate Thor, e isso começa a deixá-lo inquieto e confuso em relação seus sentimentos quanto à conquista e a morte daquele que foi criado como seu irmão. Em seu desespero, Loki começa a buscar em seus antigos inimigos e agora prisioneiros, um a um, uma maneira de solucionar seus dilemas que o sufocam. A coisa toda flui até um ponto em que o Deus das enganações não consegue mais nem enganar a si mesmo e no fim, tudo acaba, para ele, de uma maneira muito... putaquepariu(por falta de expressão melhor)!!!
Agora, quanto a animação, que recebeu o nome de “Thor & Loki – blood brothers” (Thor & Loki – irmãos de sangue), podemos dizer que é simplesmente a melhor adaptação de um material de uma mídia para outra! Isso, por que simplesmente os caras pegaram a própria HQ e a “animaram”, sem tirar nem botar nada, mantendo exatamente todo o conteúdo da história e utilizando os quadros feitos pelo talentoso artista para a obra como base para a animação. Não conferi fala por fala, mas me parece que até mesmo os diálogos foram mantidos na íntegra!até mesmo a forma como a história é dividida ficou igual, sendo que a HQ era em 4 partes, o desenho também é dividido em 4 capítulos. Ah, e não pense que ficou como aqueles desenhos “desanimados” da Marvel dos anos 60, onde parece que só cortaram e colaram os desenhos na tela e botaram vozes. Nesta obra, o trabalho ficou muito bem feito, sendo utilizada alta tecnologia de computação gráfica pra criar um resultado curioso e satisfatório, bem superior ao que fizeram com a HQ animada de Watchmen, que também tem os mesmos moldes. Recomendado!
Os Maiores Clássicos do Poderoso Thor – Volume 4 (HQ)
Dando seqüência a essa série depois de uns 3 ou 4 anos, a Panini resolveu finalmente lançar este volume 4 dos clássicos do Thor, contendo mais da fase áurea do Deus do trovão escrita por Walt Simonson e agora desenhada por Sal Buscema.
Neste volume, que é basicamente dividido em dois, temos primeiro uma mini-série do Balder, que é interligada com as histórias do Thor e que ocupa meia revista, mas que não é desperdício nenhum, pois é muito boa. Depois temos a seqüência de histórias do personagem título, onde é mostrada, inclusive, sua participação na saga “massacre de mutantes”.
Walt Simonson fez algo fantástico com Thor, sua fase é até hoje considerada a melhor de todas, e com razão! Seus roteiros são mágicos e ricos em referências mitológicas, além de empolgantes do começo ao fim. Sua arte também é muito boa, mas neste volume, só aparece nas capas das edições, deixando a arte das histórias a cargo do polêmico (pelo menos pra mim) Sal Buscema.
Sobre Sal Buscema...
O irmão mais novo dos “Buscema brothers”, sempre foi, para mim, um dos piores desenhistas de todos os tempos, baseado em seu trabalho que pareceu durar uma eternidade
em Homem-Aranha. Eu realmente odiava o traço do cara e me dava nojo toda vez que via seu nome nos créditos das histórias. Porém, tive que engolir minha opinião a respeito dele depois que vi seu traço em Thor! Não que o traço estivesse muito diferente, mas ele combinava, e muito, com o estilo de cenários, vestimentas e personagens que apareciam nessas histórias. Creio que ele tenha nascido pra desenhar trabalhos assim, e não heróis mais urbanos como o Homem-Aranha. Creio que talvez isto se deva a uma influência nos trabalhos de John Buscema em Conam.
Enfim, esta edição está excelente e só espero que a Panini não espere mais 3 ou 4 anos pra lançar mais outros volumes como este!