A DC está fazendo 75 anos agora em 2011 (ou foi em 2010?) e a Panini, que não é boba nem nada e não podia deixar esse marco passar em branco, resolveu lançar uma mini-série comemorativa em 4 volumes em que cada edição abrange uma das eras dos quadrinhos, classificadas como “Era de Ouro”, “Era de Prata”, etc.
Eu, particularmente, não sou muito fã dessa coisa de selecionar umas poucas histórias “mais importantes” para definir um período ou seja lá o que for, pois acho que é impossível apenas meia dúzia delas representarem toda uma geração. Acho que isso é muita arrogância, principalmente da parte de quem escolhe as histórias, pois creio que cada pessoa tenha sua própria seleção de HQs “mais importantes”. Sendo assim, e por algum motivo obscuro que meu subconsciente desenvolveu escondido de mim, vou tentar ser generoso com esta coleção o máximo que eu puder, pois não pude resistir à tentação de ver histórias clássicas dos primórdios das HQs que eu anteriormente só ouvira falar. Uma coisa nesta coleção que merece destaque e parabéns à Panini, são as matérias no início de cada volume, contando como se desenrolou cada uma das eras dos quadrinhos com textos precisos e boas ilustrações.
Era de Ouro:
Nesta 1º edição, temos as histórias da Era de Ouro, a era em que os super-heróis surgiram e que com certeza é o volume mais importante desta coleção comemorativa. Aqui vemos histórias realmente importantes da época, que foram fundamentais para o grande sucesso que os super-heróis atingiram e atingem até hoje. Vale ressaltar também que este é o volume com a melhor seleção de histórias, pois apesar de alguns (poucos) deslizes, é a seleção que mais faz sentido.
As histórias contidas aqui são: as origens de Superman, Batman, Mulher Maravilha, Coringa, Flash e Capitão Marvel, mais uma história do Arqueiro Verde e uma da Sociedade da Justiça, que apesar de boas, não entendi o porquê de elas estarem na coletânea, já que não tratam de suas origens. Resumindo, mesmo com essas pequenas escorregadas, o resultado foi satisfatório.
Era de Prata:
A Era de Prata, para mim, é uma das minhas preferidas dos quadrinhos, pois foi quando a Marvel “surgiu” (e todo mundo sabe que sou muito mais fã da Marvel que da DC), revolucionando tudo. Mas é claro, que quem “inventou” a Era de Prata, foi a DC e isso deve ter o seu mérito.
Nessa 2° edição de 75 anos da DC, temos ainda uma boa seleção de histórias, mas com deslizes maiores que os da era passada. Temos aqui as origens do 2° Flash, do 2° Lanterna Verde, do (não sei se é o 1° ou o 2°) Aquaman, e também uma que acho que seria a origen dos Novos Titãs (numa história bem medíocre, diga-se de passagem, estrelada por Viadito, Aquaplay e Flash boy). Há, também, uma história bastante interessante que conta o 1° encontro do 1° e do 2° flashes, que deve ter sido a história que originou a bagunça que a DC viria a ser alguns anos depois. Além disso, tem uma outra nos mesmos moldes entre a Liga da Justiça e a Sociedade da Justiça (bem desnecessária, pois poderiam ter posto neste volume a origem da LJA...). Também contido aqui, há uma história ridícula do Superboy (mas acho que todas as histórias do Superboy são ridículas, então, não sei julgar o nível de ridiculosidade desta, em particular) e para fechar a edição, o conto que marca a ida de Jack Kirby para a DC, que foi publicada originalmente no gibi do Jimmy Olsen (é, Jimmy Olsen tinha uma HQ própria...).
Era de Bronze:
Eis aqui o momento para uma explicação, ou na verdade, é mais para um desabafo. As histórias contidas tanto neste volume quanto no próximo, creio que deveriam ser classificadas como da Era de Bronze, pois em ambos os volumes as diferenças de tempo de publicação são mínimas. Ou talvez, entretanto, devesse existir uma outra classificação de eras, como “A Era Contemporânea”, por exemplo, após a Era Moderna e com histórias mais atuais. Outra confissão é a de que esta é a minha “Era” favorita de todas, pois foi quando os quadrinhos começaram a se levar a sério e praticamente em todas as publicações tanto da Marvel quanto da DC houveram fases memoráveis.
Porém, e agora me referindo a esta coleção, a era de bronze também significou outra coisa que muitas vezes passa em branco: o surgimento dos “arcos”, que antigamente chamávamos de “sagas”, onde as histórias que realmente eram significativas, frequentemente duravam 3, 6 e até 12 edições e, em alguns casos, até anos. Isso torna uma publicação como esta coleção de aniversário algo de difícil aceitação e que acabou se transformando em algo muito mais simbólico, ao invés de uma simples coletânea de histórias boas, que dessem prazer e descompromisso ao serem lidas.
Finalmente, as histórias deste volume:
Arqueiro Verde: Oliver Queen descobre que viadito (ou algo assim) usa dorgas! Boa história, mas nunca vou saber como começou...
Superman: os anõezinhos de Oa convencem o Superman a não salvar a terra, pois se ele o fizesse, suas histórias não teriam mais graça e ele não ficaria se deprimindo por causa do não uso de seus poderes. Historinha legal, mas porque mesmo que ela está aqui?
Batman: eis aqui a 1° história do volume que faz sentido, pois foi o início da era “dark” do Batman, quando Dennis O’Neil e Neil Adams assumiram o manto azul-claro do morcego. Ótima história, mas deixa o gostinho de “quero mais”.
Monstro do Pântano: o (praticamente) início da era Alan Moore, sem mais comentários!
--Tá, mas e ai? E o resto?
–Espere a Panini ou alguma outra editora lançar encadernados caríssimos para descobrir!
Superman: Alan Moore faz o que ninguém mais conseguiu: em apenas uma edição relativamente curta e sem continuação ou precedentes, criou a melhor história do Superman de todos os tempos! Cara, sério, o Alan Moore não é desse mundo...
Crise nas infinitas terras número 8: é, eu li só o N° 8 e entendi tudo! Sério!
Era Moderna: (ou “Era de Bronze 2” )
Como já havia dito, o material deste volume poderia muito bem estar contido na edição anterior, deixando para ser publicado aqui algo mais, hã... moderno. Não entendam mal, tem histórias que verdadeiramente revolucionaram sua época e são clássicos indubitáveis, mas que não se pode mais serem tratadas como se fossem do último estágio da evolução quadrinhistica. Segue também neste volume o mesmo problema do anterior de “coisas pela metade”. Ainda pior desta vez. Gostaria que as seleções fossem feitas com histórias marcantes, mas que fossem autocontidas em uma única edição, o que tornaria a leitura bem mais prazerosa.
Nesta edição:
O cavaleiro das trevas N° 1: Frank Miller revolucionou o Batman e os quadrinhos com esta mini-série, mas quem ler pela 1° vez através desta coleção, não vai entender o por que.
Batman ano um N° 1: Frank Miller revolucionou o Batman e os quadrinhos (de novo) com esta mini-série, mas quem ler pela 1° vez através desta coleção, não vai entender o por que (de novo).
Superman e Mulher Maravilha: após o megaevento crise nas infinitas terras (que você leitor pôde compreender na totalidade lendo o n° 8 na edição anterior), os heróis da DC sofreram uma reformulação em suas origens e essas duas histórias que contam essas inovações, são o que de mais aproveitável saiu nesta 4° edição dos 75 anos da DC, pois são inteiramentes entendíveis por si só.
Sandman N° 8: POR QUÊ O N° 8? Só porque é a 1° aparição da Morte? Mas e se eu nunca li Sandman e não sei quem ele é, por que iria querer ver a 1° aparição da Morte? Não entendo o raciocínio desses caras...
Crepúsculo Esmeralda parte 3: ahá! Agora eu sei como acaba essa história! Mas, infelizmente, nunca vou saber como começa....
MAKING OFF do artigo:
O Jackão da Montanha resolveu ficar me mordendo feito doido enquanto eu tentava digitar o post. Parece que ele tinha discordâncias de opinião para com minha pessoa sobre o assunto e teve um surto psicótico quando mencionei que não gostava das histórias do Superboy. Apesar dos ataques, estou bem e eu e Jack já resolvemos nossas pendengas amigavelmente Edição favorita do Jack
Jack impedindo-me de digitar o post
Jack mostra seu ponto de vista
Jack parte para a violência
O envezamento do Jackão